Viajando por paisagens naturais – a espeleologia como experiência turística.


Autoria  Hobo, Fernanda Etsumi
Data de publicação  22/12/2024
Idioma  Português
Editor  Universidade de São Paulo
Coleção  Teses e dissertações

O presente trabalho busca destacar a estreita relação entre o turismo e as paisagens naturais, nas quais a geomorfologia, os diferentes climas, as águas e seu comportamento, a fauna e a flora podem tornar-se interessantes aos olhos dos turistas, cada vez mais distantes do mundo natural em seu dia a dia. Por meio de um amplo levantamento e cuidadosa análise da literatura, pôde-se demonstrar que a valorização de cada tipo de paisagem e a realização de seus recursos em atrativos turísticos têm forte relação com a construção do imaginário e a percepção ambiental, que pode variar de cultura para cultura. Nesse contexto, em uma época em que a sensibilidade ecológica veio se construindo como uma das marcas da sociedade pós-industrial, a valorização da natureza tem atraído cada vez mais pessoas às práticas do ecoturismo, e as cavernas surgem como um destes atrativos. Os ambientes cavernícolas proporcionam aos seus visitantes uma mescla de sensações de incômodo e descoberta, apresentando um mundo totalmente distinto daquele que se conhece à superfície, firmando o espeleoturismo como uma proposta diferenciada de atividade turística. Neste trabalho, adotou-se o Parque Estadual Intervales como um exemplo de destaque do espeleoturismo aliado ao ecoturismo, onde foi realizado o trabalho de campo. Tal tema, do turismo em áreas naturais, evoca a questão do crescimento do uso turístico das cavidades subterrâneas que tem elevado também o problema da degradação desses ambientes, incluindo a biodiversidade que ali se encontra, apontando, então, para a necessidade de seu cuidado especial, para que a atividade não caia na autodestruição. Conclui-se, a partir do estudo, que o turismo deve estabelecer uma relação de reconhecimento do lugar, permitindo ao turista descobrir aquilo que há por trás das paisagens, os seus significados, tomando o cuidado para não cair no plano raso, sem profundidade, no qual os passos devem ser rápidos, cronometrados e determinados pelos roteiros prontos. A viagem não deveria se tornar apenas um percurso pelo qual se perpassam inúmeras paisagens, e os turistas observam a tudo passivamente.

The main objective of this research is to highlight the straight relationship between tourism and the natural landscape, where the geomorphology, the different climates, the water and its behavior, fauna and flora may become attractive for the tourists eyes, increasingly distant from the natural world in their day to day. Through a broad survey of the literature and its careful analysis, it was possible to demonstrate that the appreciation of each type of landscape and the realization of its resources in touristic attractions have a strong relationship with the construction of the imaginary and environmental perception, which can vary from culture to culture. In this context, in a time when the ecological sensitivity has been building as a hallmark of the post-industrial society, the appreciation of nature has attracted more people to the practice of ecotourism, and, in this scenario, the caves emerge as one of these attractions. The cave environment provides visitors a mixture of feelings of discomfort and discovery, featuring a world totally distinct from what is known on the surface, firming speleotourism as a different proposal for tourism. In this research, it was adopted Parque Estadual Intervales as a prominent example of speleotourism allied to ecotourism, where the field work took place. Such theme, about the tourism in natural areas, evokes the issue of the growth of touristic use of caves, including also the problem of degradation of environment, including its biodiversity, pointing, then, the need for special care of these environments and their surroundings, so that the activity does not fall into self-destruction. Its concluded from the study, that the tourism should establish a relationship of deep recognition of the place, allowing tourists to discover whats behind the scenery, their meanings, taking care not to fall into a flat shallow, in which the steps must be fast, timed and determined by ready scripts. The trip cant become just a way in which many landscapes pervade and the tourists watch everything passively.