O conteúdo siliciclástico controla o comportamento de vedação de camadas e o desenvolvimento cárstico em uma sequência carbonato-siliciclástica, Formação Salitre, Brasil
Embora as cavernas formadas em unidades carbonáticas desempenhem um papel crucial no fluxo de fluidos, a maioria dos vazios subterrâneos está abaixo da resolução sísmica. Este estudo investiga como fácies sedimentares controlam a distribuição vertical e o desenvolvimento de feições cársticas de pequenos vugs a cavernas em uma sucessão carbonática com entrada terrígena. Analisamos a sucessão sedimentar e o potencial das camadas para se comportarem como unidades vedantes e condutivas no sistema cárstico. A área de estudo está localizada na Formação Neoproterozóica Salitre na Bacia de Una-Utinga, Cráton do São Francisco, Brasil. Selecionamos duas cavernas e suas unidades hospedeiras como análogos de reservatórios carbonáticos afetados pela carstificação. Nossas descobertas indicam que as cavernas têm padrões sedimentares e petrográficos semelhantes, composto por três fácies sedimentares em uma seção vertical de 20 a 30 m do fundo ao topo. No fundo, a fácies de argilo-cal contém 10% de conteúdo siliciclástico, que é a fácies de conduto puro que abriga a maioria das passagens de cavernas. Um calcarenito heterogêneo contendo argilitos calcários e fácies de intercalação siliciclástica ocorre na porção média, onde o conteúdo siliciclástico varia entre 10-30% e 30-50%. Esta fácies acima mencionada exibe camadas de conduto e vedação. No topo, uma fácies siliciclástica de calcário misto apresenta teor siliciclástico acima de 50% e alto grau de compactação. Ele se comporta como uma fácies de vedação. O sistema de vedação de conduítes tem o mesmo padrão em várias escalas: macro (observado em imagens de drones), meso (detecção de luz e imagens de alcance – LiDAR) e microescala (seção fina).