Processos de carstificação e hidrogeologia do Grupo Bambuí na região de Irecê-Bahia


Autoria  Guerra, Ari Medeiros
Data de publicação  22/12/1986
Idioma  Português
Editor  Universidade de São Paulo
Coleção  Teses e dissertações

Neste trabalho é analisada a evolução dos processos de carstificação na seqüência carbonática do Grupo Bambuí na Chapada de Irecê (BA), com vistas a sua aplicação na elucidação do quadro hidrogeológico resultante. Nos processos de carstificação foram analisados basicamente os parâmetros água, composição química das rochas e elementos estruturais, como fatores fundamentais na evolução do processo. Como resultado da integração destes fatores evidenciou-se um quadro cárstico pouco desenvolvido em toda porção norte, evoluindo gradativamente para sul e zona de contato leste com o Grupo Chapada Diamantina, onde o carste se apresenta em fase evoluída de desenvolvimento. Ajustado a este quadro tem-se o comportamento hidrogeológico do sistema aqüífero, que se apresenta em toda porção norte como um aqüífero cárstico/fissural, passando a francamente cárstico na porção sul e nas faixas de contato leste com os quartzitos do Grupo Chapada Diamantina. Utilizou-se como base na avaliação hidrogeológica, as feições morfo-estruturais de superfície, co-relacionadas com os dados de pluviometria, piezometria, capacidade específica dos poços, variações sazonais de níveis hidrostáticos, e qualidade química das águas subterrâneas. Através do método estatístico de análise de tendência foram construídos mapas de isolinhas e superfícies de tendência sendo possível o zoneamento das áreas potencialmente mais promissoras. Nas zonas carstificadas tem-se as maiores disponibilidades de águas subterrâneas, facilitada naturalmente pelas melhores condições de armazenamento e recarga. A drenagem subterrânea é francamente subordinada aos fatores estruturais, como as falhas e grandes fissuras, que desempenham papel importante no processo. A taxa média de recarga foi estimada em 3,9% das precipitações, 23,4’10 POT. 3”m POT. 3’/ano/’Km POT. 2′, o que representa ‘223.10 POT. 6”m POT. 3’ para uma área de 9.150 ‘Km POT. 2’ de superfície cárstica. ) Qualitativamente não existem grandes restrições ao uso das águas subterrâneas para o consumo humano, pecuário e na irrigação.

This work analyses karstification process evolution in the carbonate sequence of the Bambuí Group in Chapada of Irece (BA), with the basic objective of improving knowledge of the hydrogeologic system. In the karstification processes, the parameters water, rock chemical composition and structural elements have been analysed as fundamental agents in the evolutionary process. The integrated analysis of these factors allowed the identification of several stages in the evolution of the karstic system: in the north of the study area it is little developed and develops gradually to the south and to the east, in the contact zone with the Chapada Diamantina Group, where the karst in more developed. The karstification process affects the hydrogeologic behavior of the aquifer system in all of the northern sector as a karstic fissural aquifer. In the south and in the east the contact zone with Chapada Diamantina quartzite becomes entirely karstic. The hydrogeologic evolution has been supported by morfostructural physiognomy of the surface, the specific yield of wells, seasonal variations of hydraulic head and groundwater chemical quality. Through the use of statistical methods of tendency analyses were generated isoline maps and tendency surfaces which allowed the determination of the potentially better areas for groundwater exploration. In the more karstic areas exist the highest groundwater volumes facilitated by better conditions for storing and recharge. The underground drainage is completely subordinated to structural factor such as flaw and large fissures, which play a very important role in the process. The average rate of recharge has been estimated as 3, 9% from precipitation, or 23,4 x 10³ m³/year/km², representing 223 x ’10 POT.6′ m³/year in an area of 9.510 km² of karstic surface. Additionally, the authors conclude that qualitatively there aren’t significant restritions to groundwater use for human supply, cattle or irrigation in the study area.