Entre os morros e as figuras: gravuras rupestres no Parque Nacional Chapadas das Mesas, Carolina, Maranhão


Autoria  Rocha, Danielly Morais
Data de publicação  29/8/2016
Idioma  Português
Editor  UFS
Coleção  Teses e Dissertações

Em meados do século XVII, as gravuras rupestres no Maranhão foram identificadas, a partir do discurso de um pajé indígena, pelo religioso francês Yves d’ Evreux, e, alguns séculos depois, painéis chegaram a ser descritos e reproduzidos por naturalistas. Apesar de serem os vestígios pré-coloniais mais notáveis no Centro-Sul e Sudoeste do Estado, os estudos referentes a essas manifestações simbólicas ainda são escassos no Maranhão. Entende-se que os sítios possuidores de arte rupestre estão incluídos em um contexto cultural amplo que envolve a própria construção da paisagem e características que indicam a preferência das sociedades pretéritas por determinados locais bem como seus usos. Acredita-se que a escolha dos suportes gravados estaria relacionada não apenas a disponibilidade de áreas a serem gravadas, mas, a experiência com a paisagem que esses autores teriam tido no passado, considerando, sobretudo, os aspectos sensoriais que dela emanam. Assim esta pesquisa considerou a abordagem fenomenológica para o estudo das gravuras rupestres e da paisagem no Parque Nacional Chapada das Mesas a fim de compreender como estes sítios estão engajados fisicamente e, identificar características que pudessem influenciar ou não a escolha dos suportes gravados a partir da materialização e inserção destas, no contexto geomorfológico regional. Desse modo, foi realizada uma análise espacial dos sítios, dos caminhos e fronteiras locais, dos suportes gravados e de suas características, das fontes hídricas em suas diferentes formas, a visibilidade dos sítios, das gravuras e de outros aspectos da paisagem que envolvem a percepção e o movimento corporal. Dentro dessa perspectiva a pesquisa também propôs o registro visual das gravuras rupestres a partir do decalque digital e do scanner de mão Artec Eva 3D, trazendo apontamentos sobre as possíveis contribuições, vantagens e desvantagens desse recurso metodológico para documentar e analisar esses vestígios arqueológicos.

By mid-18th Century Rock Art (petroglyphs) in Maranhão, Brazil, was first registered by Yves d’Evreux, a french priest, who came to know about its existence from a speech of an indian witchdoctor. These petroglyphs were centuries later described and reproduced by naturalists. In spite of its remarkable importance, these symbolic pre-colonial remains located in the Center-South and South-West regions of the country have been scarcely studied. These rock art sites are part of an ample cultural context including landscape itself and its characteristics that reflect preferences and uses of ancient groups of people.It is probable that the choice for specific petroglyphs supports is related to the availability of suitable areas and the authors’ past landscape experiences and the sensorial aspects that emanate from it. This research work presents a phenomenological approach for the study of the Chapada das Mesas National Park rock art and landscape, so to understand how the sites are physically engaged and to identify features affecting the choice of supports by their materialization and insertion in the regional geomorphological context. So, it was developed a spatial analysis of the sites, paths and local borders, rock surfaces with art and its characteristics, water resources in different forms, the sites and art visibility and the landscape aspects related to perceptions and body movement. A visual register of the rock art was made through the use of digital technology, scanner Artec Eva 3D, producing data and contributing to the discussion about the technological advantages and disadvantages of such a method for documenting and analyzing archaeological remains.

ROCHA, Danielly Morais. Entre os morros e as figuras: gravuras rupestres no Parque Nacional Chapadas das Mesas, Carolina, Maranhão. 2016. 154 f. Dissertação (Pós-Graduação em Arqueologia) – Universidade Federal de Sergipe, Laranjeiras, SE, 2016.