Os estudos sobre a fauna subterrânea da América Latina foram intensificados nas últimas décadas. Muitas pesquisas são de descrição de espécies, mas outras áreas do conhecimento têm sido estudadas, como comunidades subterrâneas de invertebrados. Este estudo tem como objetivo caracterizar estudos sobre essas comunidades em países da América Latina. Fizemos um levantamento bibliográfico de artigos publicados em periódicos científicos e boletins de grupos de espeleologia, e foram verificados diversos aspectos, como localidades (país), data de publicação, número de cavernas amostradas, utilização de testes e análises estatísticas e esforço amostral. Dos 20 países da América Latina, não encontramos esses estudos para dez (10) deles (Bolívia, Costa Rica, El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, República Dominicana e Uruguai). Acessamos um total de 164 estudos publicados, sendo que a maior parte foi realizada no Brasil (69), seguido por México (52), Venezuela (17) e Cuba (11). No Brasil, a maior parte dos estudos foi publicada nas últimas duas décadas (2000-2017), no México nos anos 70, na Venezuela entre os anos 80 e 2009 e em Cuba nos anos 70 e 90. Com exceção do Brasil, onde a maioria dos estudos explorou a influência de fatores bióticos e abióticos nas comunidades, todos os países publicaram principalmente inventários faunísticos sobre uma única caverna ou região. Assim, não apresentam testes e análises estatísticas e, às vezes, nem discussão ecológica. Além disso, muitas publicações não possuem informações sobre o número de ocasiões de amostragem e a maioria dos estudos brasileiros fez apenas uma ocasião de amostragem. Isso dificulta tanto a abordagem ecológica que permite a verificação dos padrões que atuam na estruturação das comunidades quanto a comparação de dados de diferentes regiões. Portanto, embora o conhecimento das comunidades subterrâneas de invertebrados tenha aumentado, a América Latina tem um enorme potencial a ser explorado em relação a áreas com poucos ou nenhum estudo, e a estudos ecológicos mais consistentes.
Studies about subterranean fauna in Latin America were intensified in the last decades. Many research are species description, but other knowledge areas have been studied, such as subterranean invertebrates communities. This study aims to characterize studies about these communities in Latin America countries. We made a bibliographic survey of published papers in scientific journals and bulletins of speleology groups, and different aspects were verified, like localities (country), publish date, number of sampled caves, use of tests and statistical analyzes and sample effort. Of the 20 Latin America countries, we not found those studies for ten (10) of them (Bolivia, Costa Rica, El Salvador, Haiti, Honduras, Nicaragua, Panama, Paraguay, Dominican Republic, and Uruguay). We accessed a total of 164 published studies, of which the most was conducted in Brazil (69), followed by Mexico (52), Venezuela (17) and Cuba (11). In Brazil, most of studies was published in the last two decades (2000-2017), in Mexico in the 70’s, in Venezuela between 80’s and 2009 and in Cuba in 70’s and 90’s. Except for Brazil, where the most of studies explored the influence of biotic and abiotic factors in the communities, all countries published mainly faunistic inventories about only an unique cave or region. Thus, they do not present tests and statistical analysis and, sometimes, neither ecological discussion. Moreover, many publications do not have information about number of sample occasions and most of Brazilian studies did only one sample occasion. That makes it harder both the ecological approach that permits the verification of patterns that acts in the communities structuring and the comparison of data from different regions. Therefore, although the knowledge of subterranean invertebrates communities has increased, the Latin American has a huge potential to be explored in relation to areas with few or no studies, and to more consistent ecological studies.