Cervidae e Tayassuidae do Pleistoceno Superior da Caverna Cuvieri, Leste do Brasil
O Pleistoceno do território oriental brasileiro é caracterizado por uma grande diversidade de mamíferos extintos e vivos. A Caverna Cuvieri, parte do complexo cárstico de Lagoa Santa, apresenta abundante quantidade de material osteológico datado do Pleistoceno, resultando em um importante registro de mudanças na composição faunística e ambientes ambientais. Nesta caverna, os Cervidae são representados por duas espécies existentes: Mazama americana e Mazama cf. gouazoubira , enquanto a família Tayassuidae é a mais abundante dos macrovertebrados do Pleistoceno e é representada por duas espécies. Uma das espécies foi identificada como Dicotyles tajacu, apresentando características anatômicas maiores que espécimes recentes da mesma região, mas semelhantes em tamanho a espécimes amazônicos. A espécie observada mais comum não pôde ser identificada e é bem maior que o Tayassu pecari vivente , o maior Tayassuidae da região e até os depósitos pleistocênicos da Caverna Cuvieri. As espécies de Cervidae são as mesmas observadas no Holoceno, mas as diferenças dos Tayassuidae em relação aos espécimes vivos sugerem que mudanças paleoambientais ocorreram após a deposição.
Journal of South American Earth Sciences Volume 123, March 2023, 104195