Brazilian obligatory subterranean fauna and threats to the hypogean environment


Autoria

  • Jonas Eduardo Gallão
  • Maria Elina Bichuette
Data de publicação  26/3/2018
Idioma  Inglês
Editor  ZooKeys
Coleção  Artigos
DOI  10.3897/zookeys.746.15140

O ambiente subterrâneo abriga espécies que não são capazes de estabelecer populações no ambiente epígeo, ou seja, as espécies subterrâneas obrigatórias. Esses organismos vivem em um regime seletivo único em escuridão permanente e geralmente baixa disponibilidade de alimentos, alta umidade do ar em habitats terrestres e baixa faixa de temperatura aliada a outras condições únicas relacionadas a litologias e influências climáticas passadas. A pressão para aumentar o crescimento econômico do Brasil depende das indústrias agrícolas / pastoris e da exportação de matérias-primas como ferro, calcário, etanol, soja, algodão e carne, bem como enormes construções de reservatórios para gerar eletricidade. Mineração (mesmo em pequena escala), expansão agrícola e projetos hidrelétricos são extremamente prejudiciais à biodiversidade subterrânea, através da modificação e mesmo destruição de habitats hipogeanos. As espécies subterrâneas brasileiras foram analisadas em relação à sua distribuição, presença na Lista Vermelha da IUCN e ameaças atuais e potenciais aos habitats hipogeanos. Um mapa e três listas são apresentados, uma com as espécies subterrâneas obrigatórias descritas, uma com táxons não descritos e outra com as ameaças atuais e potenciais ao ambiente hipogeano. Até o momento, 150 espécies subterrâneas obrigatórias foram registradas no Brasil, além de pelo menos 156 táxons troglomórficos não descritos, totalizando 306 troglóbios brasileiros / fauna caverna obrigatória. Também analisamos as ameaças atuais e potenciais às cavernas e as ações de conservação em andamento para tentar compensar a perda desses habitats. De acordo com a legislação brasileira (Decreto 6.640) apenas cavernas de máxima relevância são totalmente protegidas. Uma estratégia para proteger a fauna subterrânea do Brasil é a inclusão dessas espécies na Lista Vermelha da IUCN (um dos atributos que determina máxima relevância para cavernas); no entanto, uma das suposições da IUCN é que os táxons devem ser descritos formalmente. É claro que a descrição e proposta de proteção da biodiversidade subterrânea brasileira dependem de estudos mais sistemáticos.

The subterranean environment harbors species that are not capable of establishing populations in the epigean environment, i.e., the obligatory subterranean species. These organisms live in a unique selective regime in permanent darkness and usually low food availability, high air humidity in terrestrial habitats, and low temperature range allied to other unique conditions related to lithologies and past climatic influences. The pressure to increase Brazil’s economic growth relies on agricultural/pastoral industries and exporting of raw materials such as iron, limestone, ethanol, soybean, cotton, and meat, as well as huge reservoir constructions to generate electricity. Mining (even on a small scale), agricultural expansion, and hydroelectric projects are extremely harmful to subterranean biodiversity, via the modification and even destruction of hypogean habitats. The Brazilian subterranean species were analyzed with respect to their distributions, presence on the IUCN Red List, and current and potential threats to hypogean habitats. A map and three lists are presented, one with the described obligatory subterranean species, one with undescribed taxa, and one with the current and potential threats to the hypogean environment. To date, 150 obligatory subterranean species have been recorded in Brazil, plus at least 156 undescribed troglomorphic taxa, totaling 306 Brazilian troglobites/obligatory cave fauna. We also analyzed the current and potential cave threats and the conservation actions that are underway to attempt to compensate for loss of these habitats. In according to the Brazilian legislation (Decree 6640) only caves of maximum relevance are fully protected. One strategy to protect the subterranean fauna of Brazil is the inclusion of these species in the IUCN Red List (one of attributes that determines maximum relevance for caves); however, one of the IUCN assumptions is that the taxa must be formally described. It is clear that the description and proposed protection of Brazilian subterranean biodiversity depends on more systematics studies.