A Bacia do Rio Ribeira do Iguape, com sua imagem usualmente associada à preservação ambiental, às cavernas, ao extrativismo e aos povos tradicionais (quilombolas, índios, pescadores), é aqui reapresentada, descrevendo importantes áreas geoeconômicas da mineração, das monoculturas comerciais e das obras hidráulicas. O rio principal ainda não foi barrado por usinas hidrelétricas, que estão instaladas nos afluentes e somam uma capacidade elétrica de 540 megawatts. A maior delas, o sistema Capivari-Cachoeira, construído há quarenta anos, é baseada numa transposição de vazões entre a Bacia do Alto Ribeira e o litoral paranaense, com fortes consequências ambientais negativas no trecho paulista do Rio Pardo e do Ribeira, e na Baía de Antonina, não reconhecidas no licenciamento ambiental da usina. É previsível o agravamento da situação ambiental da região, caso se concretizem no futuro outras hidrelétricas previstas para a Bacia do Ribeira do Iguape.
Sevá Filho, A. O., & Kalinowski, L. M. (2012). Transposição e hidrelétricas: o desconhecido Vale do Ribeira (PR-SP). Estudos Avançados, 26(74), 269-286. Recuperado de https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10638