Evolução dos processos de carstificação da formação Jandaíra, Bacia Potiguar, utilizando dados obtidos por LiDAR e VANT


Autoria  Silva, Orildo de Lima e
Data de publicação  23/8/2016
Idioma  Português
Editor  UFRN
Coleção  Teses e Dissertações

Este estudo teve seu foco em dados de superfície e sub-superfície rasa, permitindo a caracterização da evolução recente do carste epigênico em quatro estágios. Durante o Estágio 1 as fraturas foram abertas pelo processo de dissolução, as quais formaram caminhos verticais em escala centimétrica à métrica. O conjunto mais abrangente de fraturas concentra a dissolução. Ao longo de camadas horizontais intersectadas pelas fraturas também se observa dissolução intraestratal e interestratal. Este sistema de canalização forneceu os caminhos para o fluxo de água, gerando avançada lixiviação. A expansão alargamento desses condutos em sub-superfície ocasiona no Estágio 2 a queda de blocos, geração de dolinas e cavernas. Durante o Estágio 3, a propagação da dissolução horizontal e vertical ao longo de fraturas e camadas causam coalescência de dolinas e captura de pequenos riachos que evoluem para vales incisos e canyons, como pode ser observado no Riacho do Livramento, afluente do rio Apodi-Mossoró, descrito na Área III deste estudo. Processos fluviais dominam a dissolução do carste durante o Estágio 4, onde os sedimentos aluviais que recobrem a superfície cárstica carbonática, resultando no preenchimento e posterior soterramento de cavernas e dolinas ao longo do vale. Observou-se assim que a influência do controle tectônico e do acamamento sedimentar ocorre em todas as fases de evolução do carste, resultando nas diversas estruturas e formas de relevo coexistentes espacialmente e que se sucedem, temporalmente, durante os diversos estágios descritos. Os dados aqui apresentados corroboram os resultados obtidos em outros estudos utilizando dados de GPR, poços e levantamentos sísmicos, tanto na Bacia Potiguar como em outras bacias sedimentares que evidenciaram que tais estruturas podem ser preservadas após o soterramento.

This research analyzes different types of karst landforms and their relationships with fracture systems, sedimentary bedding, and fluvial processes. We mapped karst features in Cretaceous carbonates of the Jandaíra Formation in the Potiguar Basin, Brazil. The study area is a semi-arid region, with low annual rainfall (600mm) and high evaporation (2000mm). We used high-resolution digital elevation models acquired by Light Detection and Ranging (LiDAR) and aerial ortophotographs acquired by unmanned aerial vehicle (UAV). This study focuses on surface and near surface process and grouped karst evolution into four stages. Fractures were opened by dissolution, which form vertical fluid pathways during stage 1 in a centimetric to metric scale. The most pervasive set of fracture concentrates the dissolution. Coeval intrastratal and interstratal dissolution occurred along horizontal layers, which bound dissolved fractures. This conduit system acted as pathways for water flow, which caused advanced leaching. The enlargement of conduits in subsurface contributed to the collapse of blocks, generation of sinkholes, and caves expansion in stage 2. During stage 3, propagation of horizontal and vertical dissolution along fractures and layers cause coalescence of sinkholes and capture of small streams. Fluvial processes dominate karst dissolution during stage 4, where alluvial sediments that caps the carbonate karst surface and fill caves and sinkholes along the valley. Tectonic and sedimentary bedding control all stages of karst evolution and resulting structures and landforms formed during these stages coexist. Comparisons with GPR, borehole and seismic surveys in sedimentary basins indicate that these structures are preserved after burial.

SILVA, Orildo de Lima e. Evolução dos processos de carstificação da formação Jandaíra, Bacia Potiguar, utilizando dados obtidos por LiDAR e VANT. 2016. 128f. Dissertação (Mestrado em Geodinâmica e Geofísica) – Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.